sábado, 14 de outubro de 2017

Campanha publicitária do ITAÚ como paradigma de Progresso x Exclusão no processo de Expansão do CLA

Trecho da Campanha ITAÚ "Ler para uma criança"
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Detalhe de um Poster apresentado na época de minha graduação em História da UEMA na
II Semana de Ciências Humanas e Sociais.PROGRESSO E EXCLUSÃO NO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO CLA EM ALCÂNTARA: conflito e resistência ao "pelourinho tecnológico" em 2005 decorrente a uma visita fim de dezembro de 2001 às agrovilas (comunidades quilombolas em processo de deslocamento compulsório ocorrido no processo de implantação do CLA).
Título da foto by Artêmio: "Um olhar distante, entre a esperança e a desilusão" criança da agrovila Só Assim (publicação no TCC de conclusão do curso de História Licenciatura UEMA.)




Toda vez que vejo a campanha do ITAÚ “ler para uma criança”, onde utiliza o sonho de ir ao espaço de uma criança negra ao ler um livro ilustrado, é como se estivessem fazendo chacota, piada com o povo quilombola de Alcântara que está sofrendo um processo cada vez mais próximo de supressão de seus diretos de territorialidades com o processo em expansão do CLA...


E por que devemos apontar relação à propaganda com a realidade vivida em Alcântara?


Estamos em um mundo globalizado em que as grandes corporações transnacionais sempre buscam levantar uma ideologia de conciliação, e que isso não é nenhuma novidade, pois vem recorrendo a gerações em nossa sociedade excludente... antes com a ideologia do branqueamento muito difundido com a ideologia da “democracia racial”. (vide recentemente divulgado nas redes sociais a empresa DOVE que lançou uma campanha de branqueamento absurdo.)


 O discurso de conciliação do ITAÚ ganha um tom bem difundido de que o progresso científico e tecnológico deve está na pauta de constituição de uma sociedade que busque superar seu atraso... E isso é totalmente difundido no falso debate que se desenvolve em nossa sociedade atualmente com o avanço do Acordo de Salvaguardas tecnológicas entre o Governo Golpista de Michel Temer tenta consolidar com o país imperialista dos EUA que visa colocar o CLA como mero entreposto comercial aeroespacial, na contramão de um projeto aeroespacial autóctone e que respeitasse a soberania nacional e das comunidades quilombolas de Alcântara.

Precisamos irromper esta postura entreguista o Brasil se coloca diante do modelo neoliberal que busca reconduzir sua hegemonia que a cada dia está demonstrando suas fragilidades, mas sem uma leitura crítica e concreta com uma ação direta de luta, não buscaremos resoluções em superar as contradições apresentadas.

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Artêmio Macedo Costa
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioespacial e Regional - PPDSR/UEMA