terça-feira, 5 de outubro de 2010

IMPRESSÕES DE UMA MÍDIA APÓCRIFA

Publicado em (28/01/2010)

Impressionante! Assim que o comentarista panegírico do Capitalismo (Arnaldo Jabor) ao abordar o MST como messiânicos fanáticos do proletariado questionando os atos de “saques” e “depredação” do patrimônio privado em detrimento da ausência histórica da Reforma Agrária, em seguida aparece a distorção daquilo que chamamos de ironia, uma das principais bandeiras do governo Lula, o biocombustível - tendo um aumento significativo em conseqüência do mercado internacional - um dos derivados cana-de-açúcar que historicamente é a essência do latifúndio do Brasil.
Não devemos, entretanto, desconsiderar, em parte, às implicações a respeito das críticas discorridas por Arnaldo Jabor, principalmente da ausência de autonomia do Movimento dos Sem-Terra, por não ter uma personalidade jurídica, mas por outro lado, há um atrelamento político com o PT. No entanto, o Capitalismo não está ausente de preceitos ideológicos, muito menos de manobras econômicas em proveito de uma classe abastada usurpadora daqueles que realmente constroem a riqueza da Nação.
Dessa forma, se tomarmos atenção aos editoriais e reportagens que a mídia, principalmente a Globo desenvolve para transfigurar (o desde sempre metamorfizado) o “personagem principal” da Nação, Lula, que hoje corresponde nesta triste e ignóbil destino das estruturas políticas viciadas, a guinada da “dita” esquerda para a aliança com a direita, na íntegra, ao Capitalismo. Não iremos longe, pois a reputação do dito ícone político é maior em Davos que no próprio célebre concebido Fórum Social Mundial.
Pois é Arnaldo Jabor, seu discurso tão elucubrado contrasta com as contradições de sua retórica: de um lado questionando a “depredação” da última grande ocupação do MST derrubando laranjais (em outubro do ano passado, de 12 mil pés de laranja da fazenda da Cutrale, maior produtora de suco do Brasil) *; do outro a reportagem do aumento do álcool combustível (“Preços do açúcar estão muito promissores. As usinas vão jogar uma parte maior para o açúcar e isso representará uma exportação muito boa para o Brasil. A tendência é que seja uma safra mais açucareira esse ano”, declarou o economista USP Marcos Fava Neves”) ** que desconstrói seu legado argumentativo onde há uma reafirmação do latifúndio análogo à plantation da colonização da América Portuguesa, onde, em nossa contemporaneidade persistem moldes arcaicos de uma herança patrimonialista em nome do Capital.

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* Extraído da eportagem do Jornal da Globo, 27/01/2010
(http://g1.globo.com/jornaldaglobo/0,,MUL1466174-16021,00-VIDEO+MOSTRA+OS+PLANOS+DO+MST+PARA+OCUPACAO+DE+FAZENDA.html)

** Extraído da reportagem do Jornal da Globo, 27/01/2010
(http://g1.globo.com/jornaldaglobo/0,,MUL1466169-16021,00-ABASTECER+COM+ALCOOL+ESTA+MAIS+CARO+EM+QUASE+TODO+O+PAIS.html)

CORRUPÇÃO NO SENADO

Postado em (28/08/2009)


Muito bem Comp@s,
estamos em meio a um crise de longo prazo sem desfecho, apesar das tentativas de se dá o golpe no Presidente do Senado pelos seus atos indecorosos (eufemismo aos expurgos que deveria existir de longa Oligarquia Patrimonialista).

O presidente do Senado mais uma vez demonstrou seu poderio e aliado ao PT conseguiu vencer mais uma batalha (até quando)? Mas está claro que seu rabo está preso em corrupção... Infelizmente no sistema representativo de democracia que conhecemos não há de ter a derrubada desse poder! Parece que as revoltas foram substituidas por um tom messianico pragmático das representações políticas que se viciaram no poder!

E aqui vai uma charge decifrando esse momento em nossa promíscua história!


PROTESTOS CONTRA A IMPLANTAÇÃO DO POLO SIDERÚRGICO NA ILHA DE UPAON AÇU










A "ILHA GRANDE" torna-se pequena frente ao descaso e desmando das estruturas de poder que corrompem ideal de igualdade em uma sociedade desajustada pela falta de justiça social em detrimento da exploração capitalista.

Nesta última segunda (28/03) intensificaram os protestos contra a implantação do Polo Siderúrgico através do convênio formado entre a Companhia Vale do Rio Doce, Governo do Estado do Maranhão e a Prefeitura de São Luís juntamente com empresários chineses da BaoSteel. A sociedade civil organizada por estudantes, sindicalistas, alguns políticos, comunidades locais afetadas diretamente denunciaram o descaso que vem sendo aplicado pela prefeitura municipal de São Luís, principalmente na última Audiência Pública ocorrida na sede das Promotorias do Estado do Maranhão. Tal audiência só teve caráter consultivo, não levando em consideração os anseios e as dúvidas de como se está efetivando a implantação do mesmo, pelo fato dos três únicos interessados (o poder público atrelado à empresários locais e internacionais) de antemão não realizarem de forma democrática, assinando um convênio desde outubro do ano passado e dessa forma deliberando ações de desapropriação dos locatários, e tudo pelo argumento medíocre da prefeitura e CIA estarem alegando ter um "equívoco" referente ao que dispõe sobre a lei de zoneamento, parcelamento, uso e ocupação do solo urbano entrando em contradição leis municipais e estaduais no que se refere à área em questão, à Zona Residencial 10 conhecida como Zona Rural Rio dos Cachorros entrando em choque com interesses econômicos predatórios de um grupo social arbitrário auferindo com seus meios exclusos interpelarem interesses adquiridos diante de suas reminiscências seculares em um meio natural equilibrado com uma economia que contempla cerca de 11 comunidades interligadas na produção sustentável da pesca, agricultura, artesanato e outras atividades afins. Tudo isso para atender uma exploração desregrada de um processo global da transferência de responsabilidades de potências gananciosas na produção de excedentes que violam como exemplo o Protocolo de Kioto, cujo mesmo "luta" (através de convenções, como o próprio termo impõe, e não de ações efetivas demonstrando o limite das instituições burguesas) para redução de emissão de gases poluentes, e já que a China é a segunda maior consumidora de petróleo e carvão mineral, produtos necessários para a produção do aço (e nossa localização oferece muitas vantagens a seus interesses em exploração compulsiva por está próximo ao Grande Carajás e ao segundo maior porto marítimo do mundo, o da Ponta da Madeira). Transferem a produção de seus lucros auferidos pela exploração de mão de obra barata e legislações frágeis da proteção do meio ambiente e do cidadão para países submissos ao capital internacional como nosso em dito "desenvolvimento" onde não expressa uma responsabilidade legislativa e fiscalizadora prezando uma subserviência aos oligopólios comerciais. Diante do exposto, as tentativas frustradas do representante da prefeitura de São Luís, o presidente do Instituto de Planejamento do Município, o Senhor Marcelo do Espírito Santo, em querer expor seus números estéreis aos valores humanos em questão, recebeu junto com seus lacaios infiltrados nas comunidades com o respaldo da prefeitura para fragmentar a luta pela defesa das comunidades, como o exemplo do Senhor Ribamar Seixas, mais conhecido como o "Grande", da comunidade de Vila Conceição que tentou tumultuar agredindo dona Remédios da comunidade de Vila Maranhão, receberam vaias, desprezo, tendo a maioria da plenária virado as costas em sua intervenção em protesto a pelegagem de seu ato. Discursos tecnicistas e de natureza em plantar falsas expectativas de emprego e renda, já que a implantação do Pólo Siderúrgico requer mão de obra qualificada, e o Maranhão detém o menor índice de desenvolvimento humano (IDH), herança da oligarquia Sarney, entra em choque com a verdadeira engrenagem que sustenta até hoje essas comunidades, suas completas autonomias e auto-gestão na busca de sua emancipação à exploração. Todos os acontecimentos desta audiência ressaltam a necessidade da organização direta entre as comunidades e sociedade civil em geral, pelo tom de arrogância em que foi encaminhada contra a plenária por conta da representação do poder público, passando por cima de deliberações aclamadas em consulta da plenária, pelo simples fato de reconhecerem a formação de uma relatoria representada pelo jornalista Walter Rodrigues às custas da pressão popular, porém, desrespeitando a mesma em encerrar à revelia de consultar o desfecho do relatório e se retirando de forma sorrateira impondo que a decisão final será encaminhada por um projeto de lei da Prefeitura para a Câmara Municipal sem esgotar uma discussão e encaminhar constitucionalmente a implantação de Conselhos para democraticamente discutir e promover ou não qualquer alteração do Plano Diretor pertinente ao caso, previsto no Estatuto das Cidades.
AS MANOBRAS CONTINUAM, E PRECISAMOS ESTÁ ATENTOS A TAIS INTENÇÕES COVARDES QUE INFLIGEM A TODA POPULAÇÃO DESFAVORECIDA DE SEUS DIREITOS.

SUJEITOS DE SUA HISTÓRIA – A luta pela emancipação da Educação no Maranhão!

Publicado em (14/08/2007)




“O Estado e a Autoridade tiram toda iniciativa das massas, matam o espírito de criação e atividade livre, cultivam nelas a psicologia servil de submissão, de expectativa, de esperança de escalar a escada social, de confiança cega em seus líderes, de ilusão de compartilhamento em autoridade.

Desta maneira, a emancipação do trabalho só é possível na luta revolucionária direta das vastas massas trabalhadoras e de suas organizações de classe contra o sistema capitalista.”

(Nestor Mhakno, Ida Mett, Piotr Archinov, Valevsky, Linsky 1927 - Plataforma Organizacional Libertária)



Somos a todo o momento levados a imaginar a redenção de nossa representação social,sendo nunca antes vivida em outras sociedades e em outros tempos... Não quero aqui expor um estudo filosófico e muito menos a pretensão de esgotar elementos historiográficos em poucas linhas, mas não devemos ignorar uma preocupação eminente aos dias que se passam na ilha de São Luís e fazendo alusão a alguns acontecimentos no Brasil que correspondem às nossas estruturas de Estado a qual tanto prezam os apologistas de plantão da Democracia Representativa e do Estado de Direito.
Já estamos a mais de dois meses da greve dos professores da Rede Básica de Ensino e da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), e o que vemos? Uma luta implacável de ambos os lados no afã de definir posições ambíguas que antes via-se de maneira amorfa, neutralizada pela farsa eleitoral. O governo em suas prerrogativas tenta se defender acusando o movimento grevista de estar compactuando com o setor oposicionista estereotipando-os de sarneystas; por outro lado, o movimento grevista denuncia o Governo Jackson de trair os servidores com o duro golpe da Lei n.°8.592/07, a “Lei dos Subsídios”...
É muito estranho acusar um movimento grevista constituído em suas bases na época das Eleições Estadual e Nacional no ano passado, nascente do movimento de “libertação” proferida pela campanha do Jackson Lago (Xô Rosengana) hoje ser sumariamente rechaçada pelo governo “libertador”, acusá-los de sarneysta; muito mais intrigante ainda o mesmo movimento base da campanha do atual governo acusá-lo de traição... Passamos nesse caso por uma crise de paradigmas(?); ou será uma falta de senso de realidade em meio às representações que fazemos a todo momento em nossos discursos, defendendo sempre a hierarquia de valores (princípio da Autoridade) cujos os elementos sociais definem sempre uma relação conflitante escamoteada na igualdade de direito, estatuto burguês, e não na igualdade sócio-material?
Acusam o movimento de radicalizar com a ausência nas salas de aula, comprometendo o ano letivo daqueles que diretamente sofrem com o desmonte contínuo do serviço público ao estrangular os servidores públicos com a lei de subsídios, de forma prática representa a desestruturação da regulamentação do trabalho público em que os últimos anos vêm sofrendo, em especial, a educação pública como exemplo o desmonte do Estatuto do Magistério na última greve da Educação Básica (2004), em detrimento da abertura gradual da Educação Pública para a exploração econômica do Capital Privado.
Quem está radicalizando de fato?
Precisamos primeiro saber de que forma semântica atribuir o verbo “radicalizar”. Sendo utilizado de maneira pejorativa, dentro do senso comum, quem de fato está radicalizando é o governo, cuja suas ações estão sendo categoricamente não buscar nenhum entendimento em abrir um diálogo justo (diálogo pressupõe paridade, nivelamento; e que de fato acontece é uma posição dura e unilateral no status quo com contratações de pessoas não qualificadas para substituir e cortes sumários dos pontos dos grevistas...). No sentido amplo do termo, os professores em momento algum atingiram a uma radicalização, pois não chegaram à raiz do problema. Herdeiros de uma tecnocracia burocrática que corrompe a anos a direção dos sindicatos, vemos em suas condições a um esvaziamento progressivo do movimento, apesar da sociedade concordar com a essência das reivindicações, mas, acreditam que a tática utilizada pelos manifestantes não cabe à realidade de uma sociedade protegida por leis e tribunais, por mais que neguemos que a cegueira da justiça sempre ignora o antagonismo de classe que reveste nossa sociedade!
Vejamos! O arquivamento pela Procuradoria Geral do Estado do atual governo o projeto de Autonomia Universitária da UEMA, prevista inclusive na Constituição do Estado; atualmente o acordo realizado com a Polícia Civil, desrespeitando-o e assim, levando a categoria à retomada das manifestações.
Verificamos dessa forma uma falsa expectativa em esperar por uma Justiça falha em suas atribuições e representações repercutindo sua lentidão e inoperância - que a exemplo da Juíza Mônica Labuto, da Vara da Infância e da Juventude do Fórum Regional de Madureira - impedida de utilizar o Fórum depois do expediente normal pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio, José Carlos Murta Ribeiro, alegando que a juíza deve seguir a hierarquia, a disciplina e o horário de funcionamento do fórum.
Não podemos também deixar de citar recentemente o comentário infeliz do Presidente Lula - que, aliás, não somente ele, mas todo o Governo federal em seus comentários infelizes diante das várias crises que se passa o Brasil – na abertura dos jogos Pan-americanos, ao argumentar as vaias recebidas ditas infelizes, pois, em sua gestão, aqueles que realmente deveriam vaiá-lo seria a população mais pobre, que até hoje são os que menos receberam de seu governo.
Percebamos nossa realidade - desprovida de qualquer idealismo e representação – onde buscam converter-nos de sujeitos de nossa própria história em manipulação daqueles que provêm em discurso à conduta social em que estamos jogados numa conciliação de classes em que as relações sociais se convergem na degeneração de nossos valores! Saibamos reconhecer tais distorções e direcionarmos uma luta sincera na reconstrução de uma sociedade Livre de fato, mas antes de tudo, sabermos destruir todos os símbolos que até então fomos levados a assumir como intocáveis pela justificação temporal ou mesmo espiritual de nossas limitações!


POR UMA DIALÉTICA DO AMOR!

A solidão é a profundeza última da condição humana. O homem é o único ser que se sente só e o único que é busca de outro. Sua natureza – se é que podemos falar em natureza para nos referirmos ao homem, exatamente o ser que se inventou a si mesmo quando disse “não” à natureza – consiste num aspirar a se realizar em outro. O homem é nostalgia e busca de comunhão. Por isso, cada vez que se sente a si mesmo, sente-se como carência do outro, como solidão.
(...)
Assim, sentir-se só possui um duplo significado: por um lado, consiste em ter consciência de si; por outro, num desejo de sair de si. A solidão, que é a própria condição de nossa vida, surge para nós como uma prova e uma purgação, ao fim da qual a angústia e a instabilidade desaparecerão. A plenitude, a reunião, que é repouso e felicidade, e a concordância com o mundo, nos esperam no fim do labirinto da solidão.
(...)
(...) As penas de amor são penas de solidão. Comunhão e solidão, desejo de amor, põem-se e complementam-se. (...)
Nascer e morrer são experiências de solidão. Nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Nada é tão grave quanto esta primeira imersão na solidão que é nascer, a não ser esta oura queda no desconhecimento que é morrer. A vivência da morte se transforma logo em consciência de morre.
(...)
(...) Criação e destruição se fundem no ato amoroso; e, durante uma fração de segundo, o homem entrevê um estado mais perfeito.
Não são estes os últimos obstáculos que s interpõem entre o amor e nós. O amor é escolha. Livre escolha, talvez, da nossa fatalidade, súbita descoberta da parte mais secreta e fatal do nosso ser. Mas a escolha amorosa é impossível na nossa sociedade. Já Breton dizia, num de seus mais belos livros – O louco amor -, que duas proibições impediam, desde o nascimento, a escolha amorosa: a interdição social e a idéia cristã do pecado. Para se realizar, o amor é escândalo e desordem, transgressão: dois astros que rompem a fatalidade de suas órbitas e se encontram no meio do espaço. A concepção romântica do amor, que implica em ruptura e catástrofe, é a única que conhecemos, porque tudo na sociedade impede que o amor seja livre escolha.
A mulher vive presa à imagem que a sociedade masculina lhe impõe; portanto, só pode escolher rompendo consigo mesma. “O amor a transformou, fez dela outra pessoa”, costuma-se dizer das apaixonadas. E é verdade: o amor faz da mulher uma outra, pois, se se atreve a amar, a escolher, se se atreve a ser ela mesma, precisa quebrar a imagem em que o mundo encarcera o seu ser.
(...)
A sociedade concebe o amor, contra a natureza deste sentimento, como uma união estável e destinada a criar filhos. Identifica-o com o casamento. Qualquer transgressão desta regra é castigada com uma sanção cuja severidade varia de acordo com o tempo e espaço. (...) a proteção dada ao casamento poder-se-ia justificar, se a sociedade permitisse realmente a escolha. Já que não o faz, deve aceitar que o casamento não constitua a mais alta realização do amor, e sim uma forma jurídica,social e econômica que possui fins diferentes dos do amor. A estabilidade da família repousa no casamento, que se transforma em mera projeção da sociedade, sem outro objetivo a não ser a recriação desta mesma sociedade. Daí a natureza profundamente conservadora do casamento. Atacá-lo é dissolver as próprias bases da sociedade. Daí também que o amor seja, sem se propor a isso, um ato anti-social, pois cada vez que consegue ser realizado, viola o casamento e o transforma no que a sociedade não quer que ele seja: a revelação de duas solidões que criam por si mesmas um mundo, que quebra a mentira social, suprime o tempo e o trabalho e se declara auto-suficiente. Não é estranho, assim, que a sociedade persiga com o mesmo ódio o amor e a poesia, seu testemunho, e os lance à clandestinidade, à margem, ao mundo turvo e confuso do proibido, do ridículo e do anormal. E também não é de admirar que o amor e poesia explodam sob forma discordantes e puras: um escândalo, um crime, um poema.
(...)
(...) A solidão é ruptura com o mundo caduco e preparação para o regresso e a luta final.

(Trechos do Livro de - PAZ, Octavio. O Labirinto da Solidão. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1984. págs 175-184)

GREVE DOS SERVIDORES E UEMA: Reflexões e Ativismo!

PUBLICADO EM (31/07/2007)

“Quem fala de poder político, fala de dominação. Quando existe dominação, uma grande parcela da sociedade é dominada e os que são dominados geralmente detestam os que dominam, enquanto estes não têm outra escolha, a não ser subjugar e oprimir aqueles que dominam. Esta é a eterna história do saber, desde que o poder surgiu no mundo. Isto é, o que também explica como e porque os democratas mais radicais, os rebeldes mais violentos se tornam os conservadores mais cautelosos assim que obtêm o poder.” (A ilusão do sufrágio universal – Bakunin)

Vivemos novamente na “ilha rebelde(?)” a tentativa dos movimentos sociais superarem perplexos com as traições daqueles que prometeram libertar o Maranhão, porém, não é nenhuma novidade situações como essas acontecerem. A memória do povo desorientada por seus lideres em meio à crença de uma dita democracia representativa acaba tendo o mesmo suporte de um ato litúrgico, de uma religião.O mesmo Governante que prometeu libertar o Maranhão de 40 anos de oligarquia proporciona as mesmas políticas de seus ditos opositores que desenvolveram dentro desses decênios trocadilhos entre “Maranhão novo” e “Maranhão em novo tempo”.Mas não se resume somente a alternâncias dos governantes o caráter dissimulador frente ao poder político no controle do Estado, mas também considerar o oportunismo de seus paladinos diante das manobras promovidas na direção de sindicatos e representações estudantis em sua maioria, em seus discursos profetizam enquanto submetidos em seus domínios, o trabalhador conquistar sua redenção.
Arautos do Estado, panegíricos de seus governantes, tentam a todo o momento estigmatizar que qualquer reação de revolta e radicalização problematizará sua conquista por estrangular um diálogo - que na sua essência, por serem verticalizadas e em um só sentido no discurso, as representações constituem de fato um poder estabelecido de desarticulação da ação direta e tomada plena de consciência de nosso potencial transformador de nossa realidade estigmatizada pela resignação da manipulação desses ditos líderes – formam por assim dizer um conchavo do status quo constituído da sociedade capitalista.Claro que o primeiro argumento proferido por esses hipócritas está no pressuposto de estarmos representados por um modelo burguês do regime democrático de estado de direito, e respeitando esse paradigma, atribuem que é necessário esgotar todo o processo que estamos inseridos para atingir o status de evolução social, no conceito mais vulgar do marxismo que assumiu nuanças academicistas no início do século XX que solidificaram a maioria dos ditos partidos políticos de sigla comunista/socialista, no caso, ao modelo do pensamento político do social-democrata, Eduardo Bernstein, ao adotar que o socialismo seria alcançado através de reformas graduais do capitalismo, tendo a revolução como mecanismo desnecessário; e é nesse ponto crucial que mora toda contradição que em nada tem de dialético tal postura.Ao vermos tais dirigentes com seus prosélitos discursos, buscarem nos converter em uma religião partidária com um único propósito de escamotear a realidade, de continuarmos reféns de suas manobras políticas, ao mesmo tempo em que se converte tal dissimulação de uma pretensa mobilização por uma luta de interesses de classe posto à ordem do dia, somos responsáveis, de alguma forma, por não existir uma via única nas relações humanas o jogo de poder, sem antes levar em consideração abdicarmos de nossas capacidades de luta e autonomia em detrimento da transferência destas ao controle do dito líder.
Isso quer dizer que nos tornamos responsáveis por alimentarmos certas posturas como pragmáticas e não levamos em consideração nossas potencialidades de rompemos com permanências que se arrastam na fisiologia de nossa história.Isso se arrasta de forma categórica quando julgamos em nossa formação enquanto classe oprimida quando na época do movimento ludista no início do XIX os trabalhadores eram tidos sem nenhuma consciência ao quebrarem as máquinas, acreditando que elas seriam a origem das desigualdades... Mas, no entanto, a história é implacável; o que seria a possibilidade de amadurecimento no processo de formação do sindicalismo em que hoje acreditamos haver atingido, pelo contrário, demonstra-se cada vez mais estarmos docilizados em um processo de disciplinarização e regulamentação do trabalho e das leis de greve que inclusive não mais se ordena pela classe hegemônica do capitalismo, mas sim pelo pelegismo de grupos ditos de esquerda que hoje ao assentarem ao poder justificam cada vez mais as permanências antes atacadas por eles da ordem estabelecida e que devemos, doravante, retomar uma causa cada vez mais radicalizada frente a esta realidade e promovermos uma mudança de paradigma no que tange o modelo político que orienta e manipula a ordem social vigente.Nessa relevante reflexão, quando nos deparamos em nossas decepções ao afirmarmos termos esperado uma mudança de postura de nossos representantes, ao depositarmos perante o voto e ao assumirem o poder, permanecem com as mesmas estruturas que nos oprimem; tudo isso trás um retorno negativo diante de nossas possibilidades de reação, onde, ao depararmos com tais frustrações esgotamos nossas capacidades ao depositarmos todas as fichas nesta espera dentro da ânsia de que nossos representantes intercedam por nós, e ao contrário do que se acredita, os mesmos líderes querem nada mais que as permanências das caducas estruturas que sustentam seus privilégios e controle social.


“O que é digno de admiração não é tanto que a juventude seja revoltada, mas sim que os 'adultos' se mostrem tão resignados. Coisa aliás que não tem uma explicação mitológica, mas outrossim histórica: a geração precedente conheceu todas as derrotas e consumiu todas as mentiras do período de desagregação do movimento revolucionário.”(Da miséria do meio estudantil - Internacional Situacionista & estudantes da cidade de Estrasburgo, França – 1966)